Requalificação concluída dos espaços verdes da Praça Francisco de Morais e da zona verde envolvente à Escola Básica nº1 de São Miguel
Recentemente, a Praça Francisco de Morais e o talude adjacente à Escola Básica do Bairro de São Miguel foram alvo de uma intervenção que respeitou o conceito original desenhado por Ribeiro Telles.
A empreitada de reabilitação foi realizada no âmbito do Contrato Interadministrativo de Delegação de Competências, com um investimento de 82.197,72 € + IVA e um prazo de execução de 150 dias, concluída antes do previsto. A área intervencionada incluiu cerca de 1.000 m² na Praça Francisco de Morais e aproximadamente 1.500 m² no talude envolvente, entre a Rua Jorge Ferreira de Vasconcelos e a Rua Alfredo Cortês.
Foram mantidos todos os elementos vegetais existentes, exceto um exemplar debilitado. Plantaram-se 11 novas árvores, 103 arbustos em sebe, 880 m² de prado florido e 630 m² de relvado, além de mais de 4.500 espécies arbustivas e herbáceas. As plantas selecionadas pertencem à vegetação autóctone ou são bem adaptadas às condições locais, assegurando menores necessidades de água e manutenção.
O espaço foi equipado com bancos e um elemento de água central, recentemente requalificado, promovendo o lazer e a fruição tranquila do local.
Esta intervenção devolve à comunidade um espaço que reforça a identidade do Bairro de São Miguel, recriando uma dinâmica de proximidade e utilização diária.
História e Reabilitação do Bairro de São Miguel
A Câmara Municipal de Lisboa desenvolveu, a partir de 1938, estudos baseados no Plano Geral de Urbanização e Expansão de Lisboa, de E. De Groer, para promover a expansão da cidade para norte. Neste âmbito, surgiram planos específicos para o desenvolvimento urbano da zona de Alvalade.
Entre 1940 e 1945, o arquiteto municipal Faria da Costa, colaborador de De Groer, projetou o Plano de Urbanização da zona a sul da Avenida Alferes Malheiro. Este plano, com 230 hectares, previa alojar 45.000 habitantes e teve a sua construção iniciada em 1947. O projeto foi estruturado em oito células, cada uma com um equipamento escolar central. O futuro Bairro de São Miguel integrava a Célula 7 deste plano.
Nos anos de 1950 e 1951, os arquitetos Miguel Jacobetty Rosa e Sérgio de Andrade Gomes realizaram o estudo de distribuição dos lotes e dos projetos de edifícios da Célula 7, localizada no Sítio de Alvalade. O nome do bairro deriva da associação feita pelos trabalhadores ao arquiteto Miguel Jacobetty Rosa, conhecido como o “Senhor Miguel”.
Os espaços verdes foram projetados pelo arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, aplicando o conceito inovador de “Continuum Naturale”, que privilegia a integração harmoniosa entre áreas urbanas e naturais.