Exposição “Desconstrução” patente de 2 a 31 de março na Galeria do Centro Cívico Edmundo Pedro.
O percurso dessa desconstrução da arte é complexo e resultante de muitos fatores, sejam por momentos históricos como consequência da mudança da sociedade e de seu meio. As coisas aconteceram porque tinham que acontecer. Muitos estudiosos acreditam que o artista clássico chegou ao limite de perfeição e que a arte não poderia ir mais além do que já tinha ido, pois já havia alcançado o ápice da perfeição. Outros já creem que as artes plásticas estão desfasadas e que o artista contemporâneo passou a copiar até os modernistas por falta de criatividade. Desta forma, o que resta é chocar, ofender e vender seu produto, fruto de um sentimento egocêntrico. Hoje, não faz mais sentido um artista agir como um vanguardista, pois tudo o que eles defenderam um dia era fruto da época que viveram, como a Grande Guerra. Esta desconstrução foi a forma que encontraram para responder a toda destruição e mudanças políticas, sociais, filosóficas, economias e culturais que presenciaram.
O artista, em toda História, procurou reinventar-se mesmo com os cânones artísticos, sendo capaz de criar coisas belas e importantes para a humanidade através dos altos padrões de excelência que deveria alcançar. Antes, a Arte era um escape ou algo que nos fazia lembrar das belezas do mundo, hoje a arte pretende dialogar sobre as coisas do mundo, da natureza, da realidade urbana e do mundo da tecnologia.
Os alunos do Atelier de Artes Plásticas da Junta de Freguesia de Alvalade pegaram neste conceito e interpretaram cada um com o seu estilo e forma de trabalhar a desconstrução influenciada na paragem brutal causada pela pandemia que os aprisionou numa mudança de vida radical.